Responsabilidade civil e as armadilhas do plantão médico

O homem comum, alguma vez na vida, precisou socorrer-se do atendimento de um plantão médico, seja por razões de alegria – como o nascimento de um filho, seja por questões indesejosas – como doenças ou acidentes.

Pela necessidade imperiosa e permanente desses tipos de atendimentos, uma boa parcela (se não a maioria) dos médicos exercem a medicina através de plantões médicos.
O trabalho desenvolvido pelo médico plantonista é dotado de singularidade, pois a urgência e emergência são as bases da atividade.
Em um quadro rotineiro de clínica médica, o profissional tem a oportunidade de conhecer o paciente e o seu histórico, bem como de acompanhar os resultados dos exames por ele requeridos.
Ao contrário, no plantão, o médico – apesar de receber uma anamnese de cada paciente – nem sempre tem a oportunidade de acompanhar o desfecho dos casos. É comum que determinado paciente receba os primeiros cuidados por um médico plantonista, realize exames com outro, e receba o diagnóstico pelo médico diarista.

A troca de médicos é imprescindível devido à necessidade de se garantir o descanso do profissional, de modo a evitar jornadas excessivas e desumanas. A transição entre profissionais, no entanto, pode gerar danos aos pacientes, os quais podem vir a ser discutidos judicialmente.
Desse modo para que sejam evitados problemas na condução da saúde do paciente, recomenda-se que algumas condutas sejam adotadas pelos médicos: registro, validação e comunicação.

Por registro se entende o ato de documentar no prontuário médico de modo detalhado as ações adotadas pelo profissional, e razão pela qual foram tomadas.
Por certo, quando seguidos os protocolos hospitalares de práticas médicas de acordo a literatura, é improvável que o médico seja responsabilizado por problemas decorrentes da evolução para pior do quadro clínico do paciente. Entretanto, conforme já destacado, em uma situação em que um paciente pode ser atendido por mais de um profissional, o erro de um pode ser equivocadamente atribuído a outro.
Assim, caso os registros de atuação sejam realizados a contento, em eventual processo contra si, o médico terá as ferramentas fáticas e probatórias para utilizar a seu favor.

Já a validação é o ato de conferência dos dados e informações contidas no prontuário médico que lhe foi entregue. É possível que a equipe médica anterior tenha cometido algum equívoco, seja no diagnóstico, seja no tipo de medicamento prescrito, de modo que a verificação das informações corresponde a um mecanismo de proteção importante.

Por fim, a comunicação se torna a aliada fiel à prestação de serviços médicos.
Afinal, mesmo em um cenário em que os prontuários se encontram completos e atualizados, a comunicação entre as equipes é fundamental para que falhas sejam evitadas, possibilitando aos profissionais o intercâmbio de informações técnicas essenciais para a garantia da manutenção do quadro de saúde do paciente.

 

Bruna Buti

Veja também:

WeCreativez WhatsApp Support
Nossa equipe está preparada para responder todas as suas dúvidas
👋 Olá, como podemos te ajudar?

Inscreva-se em nossa Newsletter

Cadastre seu email abaixo e receba tudo em primeira mão