O termo compliance ganhou notoriedade no Brasil após a deflagração da Operação Lava Jato, que atingiu grandes empreiteiras brasileiras envolvidas em corrupção.
O setor de obras públicas, no entanto, não foi o único responsável por atrair a atenção pela falta do compliance. A operação “carne fraca”, deflagrada em 2017, investigou irregularidades praticadas por alguns frigoríficos de grande porte e empresas do ramo alimentício do país, o que abalou a reputação do Brasil perante o mercado internacional.
O que compliance?
Compliance é uma palavra de origem inglesa que significa “agir de acordo com”, ou seja, trata-se de uma série de regras de conformidade que, ao serem implementadas, levam as empresas a se precaverem de complicações legais, e de se envolverem em ilícitos, já que estarão cercadas por regras de governança, que devem ser seguidas por todos os seus integrantes.
Mas como isso pode beneficiar o setor produtivo do agronegócio?
Conforme destacamos, empresas do agronegócio já sofreram prejuízos financeiros por terem sido desacreditadas, nacional e internacionalmente, em decorrência de práticas em descompasso com a legislação.
Com a adoção de políticas de adequação à legislação e auxílio à implementação de uma gestão ética e socialmente responsável, tais empresas podem voltar a ocupar um lugar de referência no mercado, já que este tem exigido organizações sérias e que atendam à legislação.
A implementação de um programa de conformidade garante não apenas a obtenção de certificações ambientais necessárias, como evita a prática de ações ilegais e ambientalmente irresponsáveis. Isso leva à manutenção da boa reputação das empresas agrícolas, além da proteção à marca e à imagem, bem como a vantagem competitiva no segmento do agronegócio.
Não apenas na área ambiental, o compliance pode ser também um fiel aliado às rotinas trabalhistas preventivas, de modo a evitar a existência de um passivo trabalhista.
Certo é que os programas de conformidade deixaram de ser apenas um diferencial competitivo e passaram a ser instrumentos da rotina das empresas, e o campo não pode ficar fora disso.
Por Bruna Buti e Rafael Veríssimo